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19/05 - Mesa-redonda "Grandes empresas do Brasil"

13
Mai
2021

Mesa-redonda "Grandes empresas do Brasil"

Coletivo de História Empresarial - Iberoamérica

José Lannes (Universidade Federal do Paraná) e Gustavo Pereira da Silva (Universidade Federal de São Carlos)

Moderador: Aldo Musacchio (Brandeis International Business School)

Quarta-feira, 19 de maio às 11h (MEX, COL, PER) e 13h (ARG, BRA, URU, CHI).

A sessão será em português. Maiores informações e inscrições em: https://www.eventbrite.com/e/138691745745

 

 

Emigração e indústria no sul do Brasil: o caso Stara

José Lannes (Universidade Federal do Paraná – Brasil)

Stara SA é uma empresa fabricante de máquinas agrícolas em Não-Me-Toque-RS, ao sul do Brasil. Originou-se com a emigração pós II Guerra Mundial do empresário Johannes Bernardus Stapelbroek que, com seus filhos, criou em 1960 essa sociedade. Johannes nasceu no espaço rural de Gendringen, leste dos Países Baixos, em uma família de agricultores. O objetivo desse trabalho é entender a origem do empresário, como um filho de fazendeiros deu origem a uma fábrica de máquinas agrícolas. Utilizando uma metodologia bibliográfica e documental, a pesquisa utilizou da literatura holandesa sobre a imigração pós-guerra, de dados documentais relativos às propriedades familiares do

imigrante nos Países Baixos e sobre seus negócios locais, entrevistas com descendentes do empresário e outros familiares. Os resultados denotam que, apesar de filho de agricultores, o empresário paulatinamente, durante três décadas e meia, se dedicou à reparação de maquinário agrícola, trabalhou durante a I Guerra Mundial em metalurgia, migrou internamente para outras áreas agrícola, nas quais dedicou-se às atividades de ferraria, reparando máquinas agrícolas e motores automotivos, com a atividade agrícola e pecuária a cargo da esposa, a qual coordenava o trabalho da mão-de-obra rural assalariada. Após a II Guerra Mundial, as condições de país ocupado e parcialmente destruído e as perspectivas militares, seja de novo embate com a União Soviética ou a manutenção colonial da Indonésia, forçaram o emigrante a cruzar os mares. A experiência metalúrgica de mais de três décadas lhe possibilitou chegar ao Brasil e estabelecer-se no mesmo ramo de atividade: a reparação de maquinário agrícola, que em uma década se transformou em atividade industrial desse mesmo maquinário.

Da fábrica sorocabana ao conglomerado nacional: uma análise da história do Grupo Votorantim (1891-1980)

Gustavo Pereira da Silva (Universidade Federal de São Carlos)

A Votorantim, um dos principais grupos empresariais atuando na economia brasileira, tem sua origem que remonta ao ano de 1891, quando o banco União de São Paulo criou a Fábrica Têxtil Votorantim no município paulista de Sorocaba. Com a falência do banco União em 1917, a empresa foi leiloada e, nos anos subsequentes, seu controle acionário foi adquirido pelo português Antonio Pereira Ignácio, um importante industrial do setor têxtil paulista e que fez da Votorantim a principal firma do ramo têxtil algodoeiro de São Paulo nas décadas de 1920 e 1930. Todavia, a partir dos anos 1930, o Grupo Votorantim passou a concentrar esforços no setor de bens intermediários – cimento, produtos químicos, alumínio, aço e ferro – através da constituição das seguintes empresas: Fábrica de Cimento Santa Helena (1936), Siderúrgica Barra Mansa (1937), Cia. Nitro-Química (1937) e a Cia. Brasileira de Alumínio (1955). Tendo em vista a escassez de análises sobre como teria se dado a conversão do Grupo Votorantim do setor de bens de consumo finais à indústria de base, o artigo aborda esta guinada realçando: a correlação entre o Grupo e o projeto industrializante do presidente Getúlio Vargas, os recursos produtivos preexistentes e a expertise industrial de seus dirigentes. A pesquisa calca-se em documentação primária constituída de: relatórios da diretoria do Grupo Votorantim, demonstrações de lucros e perdas e balanços patrimoniais. Como resultado, o artigo traz uma contribuição ao debate sobre a formação de grupos econômicos em economias periféricas, ao demonstrar que, no caso da Votorantim, a geração de receitas pelo próprio Grupo foi o instrumento principal de financiamento à criação das novas empresas no setor de bens intermediários do Brasil.

 

 

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